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quarta-feira, 30 de março de 2011

Quero escrever o borrão vermelho de sangue


Quero escrever o borrão vermelho de sangue
com as gotas e coágulos pingando
de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro
com raios de translucidez.
Que não me entendam
pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.
Jogo tudo na violência
que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.

Mas aqui vai o meu berro
me rasgando as profundas entranhas
de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo
com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.

Quero escrever noções
sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua:
nada tenho mais a perder
Clarice Lispector

Quem dera todo ser humano fosse igual ou pelo menos tivesse um pouco da expressividade de Clarice, me identifico muito com seus textos, mulher de personalidade marcante , transforma  seus textos em protestos , uma forma sutil e algumas vezes agressivas , colocando pra fora monstros com tal beleza que me encanta a cada vez que leio um texto seu me surpreendendo todas as vezes. outra pessoa que tenho profunda admiração é o Pe. Fábio de Mello, um anjo extremamente sensível , inteligentíssimo e cheio de DEUS , um iluminado sem dúvidas, tenho textos dele ja postado aqui no blog e concerteza estarei postando sempre quando puder. Esta é uma comparação entre duas pessoas que realmente são incríveis.

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